Nos últimos tempos, tenho me debruçado sobre cloud computing. Há algumas semanas, respondi às perguntas de um jornalista para uma matéria sobre o tema. Acabei gostando do resultado e resolvi dar uma modificada no conteúdo (perguntas e respostas) e publicar por aqui, esperando que seja útil para um número maior de pessoas.
O resultado poder ser conferido abaixo:
1. A computação em nuvem ainda é algo “novo” no Brasil? Qual a realidade desse mercado hoje?
A computação em nuvem é uma tecnologia que já tem mais de cinco anos no mercado. Cinco anos é pouco historicamente, mas é bastante tempo quando se fala de tecnologia. Lá fora, o termo já está bem consolidado, e boa parte das empresas já entende o que é e quais os benefícios associados à computação em nuvem. No Brasil, sempre estamos um pouco atrás em relação a países como os EUA, mas aos poucos, com o aumento da oferta de serviços em nuvem no País, as pessoas e os profissionais vão adquirindo uma melhor compreensão do tema e de como tirar proveito da tecnologia por aqui também.
2. Quais as principais vantagens da computação em nuvem?
O grande foco da computação em nuvem é associar diversas tecnologias que já existiam anteriormente ao seu surgimento e que se encontravam suficientemente amadurecidas (como virtualização, provisionamento e o processamento e armazenamento distribuídos) para gerar uma maior eficiência computacional, diminuindo o desperdício e consequentemente os custos associados à aquisição de hardware. Dessa forma, é possível hoje, através de tecnologias de computação em nuvem, fazer mais com muito menos. Isso significa um drástico aumento de produtividade e disponibilidade em um mundo que não para de exigir um crescimento contínuo de poder computacional, na medida em que as mídias tradicionais seguem seu processo de “digitalização” e outras já surgem nesse novo contexto digital, como foi o caso das plataformas móveis.
3. Qualquer empresa, independentemente de porte e segmento, pode adotar o sistema de computação em nuvem? Quais são os tipos de negócios que mais se beneficiam desse tipo de serviço?
Como falei anteriormente, a essência da computação em nuvem é uma maior eficiência no uso dos recursos computacionais. Junte isso ao modelo de serviço e você tem uma arquitetura escalável, na qual cada um paga apenas pela fatia equivalente aos recursos que utiliza. Dessa forma, uma empresa não precisa mais desembolsar uma grande quantia para adquirir um servidor que ficará boa parte do tempo ociosa, simplesmente para começar um novo negócio na rede. Em vez disso, ela compra “uma fatia” dos recursos de um grande data center e paga apenas por essa fatia, dividindo assim os custos. Na medida em que o negócio for crescendo, ela vai aumentando a sua participação nessa fatia.
Mas não é só isso, pois esse contexto traz ainda a vantagem extra de garantir que mais recursos estarão disponíveis sempre que houver a necessidade de aumento, pois é possível realocar recursos dentro da “nuvem” de maneira “fluida”. Por isso a analogia com a nuvem se faz pertinente. Com isso, a empresa tem a tranquilidade de saber que poderá crescer sem gargalos de infraestrutura que, por ventura, possa atrasá-la em seus projetos.
Por todas essas razões, esse é um modelo mais sustentável, na medida em que os gastos aumentam proporcionalmente a um aumento da receita do cliente. Tudo isso com muito mais segurança, pois há formas de isolar os recursos, impedindo que eventuais problemas ou picos de um usuário específico afetem outros usuários que compartilham da mesma infraestrutura.
4. Qual a economia proporcionada pela computação em nuvem?
O custo é um fator fundamental para a explosão de uso da computação em nuvem, porém não se trata apenas disso. Outras vantagens bastante atrativas são a facilidade de administração, a previsibilidade dos custos, a facilidade de integrar ambientes de desenvolvimento, testes e produção, e a possibilidade de adequar os gastos da infraestrutura ao “sobe e desce” do uso do serviço, fazendo com que seja possível economizar em momentos de baixo tráfego e evitar problemas (como lentidão ou indisponibilidade) durante os picos de uso.
A economia dependerá muito do cenário que se tem em uso, mas é possível afirmar que ela é substancial. Se pensarmos que a infraestrutura é condição “sine qua non” para qualquer projeto de tecnologia, é possível ter uma ideia. Além disso, é preciso colocar na equação os custos com energia elétrica, resfriamento (ar condicionado) e administração dos sistemas, que ficam a cargo do fornecedor do serviço.
5. Como é a questão da segurança no armazenamento de dados em nuvem? É esse ainda o principal receio dos clientes?
Talvez esse seja um dos principais receios dos profissionais. Entretanto, a situação não é muito diferente daquilo que tínhamos anteriormente. Se você precisa que seu serviço esteja disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, em qualquer lugar do mundo, será preciso disponibilizá-lo na Internet e controlar o acesso ao serviço, e isso sempre representa um risco potencial, independentemente de os dados estarem em uma nuvem pública ou privada, simplesmente pelo fato de eles estarem acessíveis via Internet. Nesse caso, o melhor a fazer é se cercar de todas as políticas e ferramentas de segurança para que apenas aquelas que devem ter acesso ao serviço o tenham de fato, evitando assim acesso não autorizado ou malicioso.
Uma regra que pode ajudar é a seguinte: se os dados não podem, não devem ou não precisam ser acessados por pessoas de fora da empresa, não há a necessidade de colocá-los numa nuvem pública. Mas se você precisa desses dados ou serviços disponíveis o tempo todo em qualquer lugar, a decisão de colocá-los numa nuvem pública ou privada deve levar em conta as vantagens e desvantagens de ambos os modelos.
Contudo, as revelações da NSA no ano passado revelaram uma preocupação que estava longínqua no radar da maior parte das empresas: o fato de que alguns provedores de serviço estrangeiros sejam forçados por seus governos a revelar os dados de seus clientes, motivados por interesses políticos ou comerciais. Nesse caso, uma nuvem pública hospedada dentro do Brasil oferece uma segurança a mais para os brasileiros, principalmente depois da entrada em vigor do Marco Civil da Internet, que garante a confidencialidade legal das informações dos clientes perante os provedores de serviço.
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Artigo de Kemel Zaidan, publicado originalmente no iMasters.
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